Memória, Justiça e Arte: A Luta dos Hibakushas no Brasil e a Preservação Histórica através do Teatro
(IV Semana da Cultura Japonesa da USP 2025)
06/08 (Quarta-feira) - 10h às 12h
Mesa "Memória, Justiça e Arte: A Luta dos Hibakushas no Brasil e a Preservação Histórica através do Teatro".
Local: Auditório Kensuke Tamai da Casa de Cultura Japonesa (119 lugares / sem necessidade de inscrição)
Endereço: Av. Prof. Lineu Prestes, 159, Cidade Universitária.
Resumo
A mesa "Memória, Justiça e Arte: A Luta dos Hibakushas no Brasil e a Preservação Histórica através do Teatro" propõe uma reflexão sobre a trajetória dos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima que vivem no Brasil, conhecidos como hibakushas. A partir de suas experiências pessoais e da luta por reconhecimento e reparação, o debate pretende lançar luz sobre os caminhos percorridos por esses indivíduos em busca de justiça, além de destacar o papel essencial da arte, especialmente o teatro, na preservação da memória histórica. Esta discussão se insere em um contexto global de renovadas tensões nucleares, tornando urgente a valorização das vozes que testemunharam os horrores da guerra e hoje se tornam símbolo de resistência e paz.
Objetivos da Mesa
- Contextualizar a luta jurídica dos hibakushas no Brasil por reconhecimento e direitos no Japão, destacando figuras como Takashi Morita e a atuação da Associação Hibakusha Brasil pela Paz.
- Refletir sobre o papel da arte, especialmente do teatro, na preservação da memória dos sobreviventes e na conscientização sobre os horrores das armas nucleares.
Questões norteadoras da sessão:
- Quais foram os principais marcos e desafios da luta jurídica dos hibakushas no Brasil por reconhecimento e acesso a direitos junto ao governo japonês?
- De que maneira a peça "Os Três Sobreviventes de Hiroshima" contribui para a preservação da memória dos hibakushas e como o teatro pode ser utilizado como ferramenta de educação e mobilização social?
- Como podemos fortalecer a memória e o legado dos hibakushas no Brasil e no mundo, garantindo que suas histórias continuem a inspirar ações por justiça e paz?
Participantes da Mesa
Rogério Nagai
Rogério Nagai tem 46 anos, é ator, produtor cultural, palestrante e empresário. Fundador da Nagai Produções Artísticas e do Coletivo Oriente-se, além de Assessor de Cultura do Instituto Cultural Brasil –Coreia do RJ. É sansei (neto de japoneses) da província de Hiroshima e Shizuoka. Cursou pós-graduação em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP – Universidade Estadual Paulista, além de bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Santa Cecília e técnico em interpretação pelo Teatro-Escola Macunaíma. Como ator trabalhou com importantes nomes do cenário nacional e internacional. Participou de inúmeros espetáculos teatrais, filmes publicitários e participações em novelas. Desde 2013 dirige o espetáculo “Os três sobreviventes de Hiroshima” realizado com os próprios sobreviventes da bomba atômica, sendo visto por mais de 35 mil pessoas em várias cidades do Brasil, projeto esse reconhecido internacionalmente.
Foi contemplado por vários editais e indicado a vários prêmios, dentre eles os mais importantes:
- 2001: Prêmio Ator Revelação no V FESCET – Festival de Cenas do TESCOM, Santos – SP;
- 2012: Projeto “Travessias em Conflito” contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro;
- 2018: Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo – SP;
- 2019: Colar de Honra ao Mérito da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelos relevantes serviços prestados a comunidade em prol da paz;
- 2020: Espetáculo “Sobreviventes do Holocausto” realizado com 2 sobreviventes do Holocausto contemplado pelo Edital ProAC LAB;
- 2022: Espetáculo “Desobediência” contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro;
- 2024: Indicado ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo na categoria Teatro com o espetáculo “Os três sobreviventes de Hiroshima”;
- 2024: Espetáculo “O Legítimo Pai da Bomba Atômica” contemplado pelo PNAB/ProAC de Circulação;
- 2024: Projeto “Passos Perdidos: a luta contra o Etarismo” contemplado pela Lei de Fomento ao teatro;
Seus projetos já foram temas de mestrado e doutorado, além de inúmeras entrevistas nas principais emissoras, jornais e revistas de ciência e história tanto no Brasil como no exterior. Ministra cursos, realiza palestras em escolas e universidades pelo país, sobre o papel do Japão da II Guerra Mundial e sobre o Holocausto, levando consigo sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e do Holocausto com o objetivo de semear a cultura de paz, para que esses crimes contra a humanidade nunca mais aconteçam.
Profa. Dra. Lilian Yamamoto
Professora doutora de Literatura e Cultura Japonesa da Habilitação em Japonês do Departamento de Letras Orientais e do Programa de Língua, Literatura e Cultura Japonesa da Universidade de São Paulo. Doutora e mestre em direito internacional pela Universidade Kanagawa, Japão. Conduz os projetos de pesquisa “Ações judiciais e indenizações: desafios dos hibakushas (vítimas das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki) e “Literatura testemunhal dos hibakusha: Tamiki Hara, Masuji Ibuse e Takashi Morita”.
Coordenação: Profa. Dra. Lilian Yamamoto (FFLCH)