A comunidade brasileira em Hamamatsu

Estudos e reflexões sobre os mais de 30 anos de história no Japão

 

Daniele Arantes Nakashima

(doutoranda em Antropologia e Estudos Culturais

- Universidade de Bremen, Alemanha)

Os 30 anos da comunidade brasileira no Japão, comemorados em 2020 em meio às restrições e desafios provocados pela pandemia de Covid-19, marcaram não somente um momento histórico na relação Brasil-Japão, mas também reforçaram a importância da presença brasileira no Japão e sua atual contribuição para uma maior diversidade cultural no país.

No Japão, a diversidade étnica e cultural pode ser verificada ao longo da história, porém, a maioria da população japonesa parece desconhecer a presença de outros grupos étnicos em solo japonês. Atualmente, mais de 200 mil brasileiros vivem no Japão e eles representam a quinta maior comunidade estrangeira no país depois dos chineses, coreanos, filipinos e vietnamitas. Estes imigrantes brasileiros, também chamados de nipo-brasileiros ou nikkeijin brasileiros, parecem ocupar um espaço contraditório entre os japoneses e os outros residentes estrangeiros na sociedade japonesa. Portanto, seus desafios e estratégias para uma melhor convivência neste entre-lugar têm sido passados de uma geração para outra.

Dentro desse contexto, a cidade de Hamamatsu na província de Shizuoka, conhecida também como uma das cidades mais brasileiras do Japão, é exemplo dos esforços realizados por ambas as partes para uma maior integração social e cultural de residentes estrangeiros no país. Mas o que significa ser brasileiro atualmente no Japão? De que forma a comunidade brasileira na cidade de Hamamatsu influenciou e continua influenciando o desenvolvimento da cidade, contribuindo para o multiculturalismo local? Quais são os atuais desafios da comunidade brasileira no Japão e de que forma esta comunidade vem se tornando uma das mais novas minorias étnicas no país?

Estas e outras reflexões e indagações, bem como o resultado de pesquisas de campo realizadas na cidade de Hamamatsu, entre os anos de 2016 e 2020, serão tema da presente palestra.

Registros das pesquisas de campo em Hamamatsu. (Acervo da pesquisadora)