Games, Mangás, e Gênero: Representações e trocas entre o Japão e o Brasil 

(IV Semana da Cultura Japonesa da USP 2025)

Por: CEJAP-USP

05/08 (Terça-feira) - 08h30 às 10h

Mesa "Games, Mangás, e Gênero: Representações e trocas entre o Japão e o Brasil".

Local: Auditório da Casa de Cultura Japonesa (119 lugares / sem necessidade de inscrição)
Endereço: Av. Prof. Lineu Prestes, 159, Cidade Universitária.


Resumo 

A cultura pop japonesa, especialmente através dos games e mangás, exerce grande influência global, moldando não apenas o entretenimento, mas também percepções sobre gênero e sexualidade. No Brasil, onde essa mídia é amplamente consumida, suas representações — seja através de estereótipos, personagens queer ou protagonistas femininas — desencadeiam discussões sobre identidade, diversidade e apropriação cultural. Esta mesa propõe analisar como essas narrativas impactam a sociedade brasileira, desde a formação de comportamentos até a ressignificação local dessas produções, além de debater os avanços e desafios na representação de gênero e sexualidade nesses universos ficcionais.


Objetivos da Mesa
  1.  Analisar como games e mangás japoneses retratam questões de gênero e sexualidade, identificando padrões, inovações e contradições nessas representações.
  2. Discutir o impacto dessas mídias na formação de identidades e comportamentos no Brasil, incluindo a reprodução ou questionamento de estereótipos.
  3. Explorar como o público brasileiro reinterpreta essas produções, destacando particularidades culturais, como a relação com o feminismo, a queeridade e a não-binariedade.
  4. Debater os avanços e desafios na representação da diversidade de gênero e sexualidade nesses meios, incluindo a visibilidade (ou apagamento) de personagens LGBTQIA+, mulheres protagonistas e expressões de gênero não-binárias.
  5. Promover uma reflexão crítica sobre o consumo dessas mídias no Brasil, incentivando diálogos sobre representatividade, apropriação cultural e transformação social.

Esses objetivos buscam não apenas mapear influências, mas também fomentar um debate sobre como a cultura pop japonesa pode ser um campo de disputa e ressignificação de gênero e sexualidade no contexto brasileiro.


Os participantes da mesa abordarão as seguintes questões:
  1. Como games e mangás retratam papéis de gênero?
  2. Qual a influência dessas mídias na construção de identidades no Brasil? Para além dos gêneros específicos, temos visto um aumento na inclusão de personagens trans e gênero-fluidos em mangás e animes de outros gêneros. Quais são os exemplos de títulos? há uma maior identificação ou crítica em relação a clichês e estereótipos presentes nessas obras?
  3. As dublagens em adaptação de mangás e animes que abordam questões de gênero e sexualidade para o público brasileiro, tendem a suavizar ou exacerbar os estereótipos já presentes nas obras originais?
  4. No contexto brasileiro, onde a diversidade de gênero e sexualidade é um tema em constante debate, qual o papel de mangás e animes, especialmente aqueles focados em identidade de gêneros, na formação de comunidades e espaços de acolhimento para jovens LGBTQIA+?
  5. Considerando a ampla absorção da cultura pop japonesa no Brasil, como o público brasileiro interpreta as representações de gênero e sexualidade presentes em mangás e animês, especificamente em relação aos estereótipos associados a personagens LGBTQIA+ japoneses?
  6. Como a indústria tem evoluído (ou não) em representações inclusivas?
  7. Quais os desafios para combater machismo, LGBTQIA+fobia e estereótipos nessas comunidades?
  8. Toxidade em jogos online (ex.: assédio a mulheres no League of Legends).

Participantes da Mesa

Profa. Dra. Ivelise Fortim de Campos

Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2013). Professora da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP nos cursos de Bacharelado em Jogos Digitais e graduação em Psicologia. Presidente do Instituto Criança em Jogo. Coordenadora do Janus-Laboratório de Estudos de Psicologia e Tecnologias da Informação e Comunicação.

Profa. Dra. Patricia Borges

Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e pós-doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. É artista plástica, professora no curso de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Cruzeiro do Sul Educacional. É autora dos livros: Traços ideogramáticos na linguagem dos animes (Via Lettera: Japan Foundation, 2008) e Mangás: estética bidimensional e deslocamentos culturais. (Intermeios: Japan Foundation, 2016), além de ter escrito diversos artigos sobre mangás, animes e cultura japonesa. Atua principalmente nos seguintes temas: semiótica, linguagem audiovisual, história da arte e cibercultura. É membro do Conselho Científico das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos na ECA/USP e membro do Corpo Editorial do periódico Nona Arte (Revista Brasileira de Pesquisas em Histórias em Quadrinhos).


Coordenação

Laura Gassert

Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa, com a dissertação "Shôjo e shônen como gêneros editoriais de mangás: corpos, sexualidade e publicação em quadrinhos japoneses", pesquisa voltada aos mangás e gênero. Possui graduação em Psicologia - Formação de Psicólogo pela Universidade de São Paulo.

 


Por: CEJAP USP
Data de Publicação: 28/07/2025