As muitas pontes entre o "5-7-5" - poemas a interligar o passado e o presente com olhares voltados ao futuro

18/08 (quinta-feira), 19h30 às 22h30

“Mesa-redonda híbrida: presencial e on-line

Local: Sala 266 do Edifício Prof. Antonio Candido - Prédio de Letras (65 lugares / sem necessidade de inscrição)

Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 403 e Av. Prof. Lineu Prestes, travessa 12, 350, Cidade Universitária.

Transmissão on-line: 80 vagas / com necessidade de inscrição de 04 a 10/08 neste formulário


Resumo:

O poema de 17 sílabas ou com 5-7-5 sílabas /moras que ficou conhecido no Brasil como haicai ou haikai, entre outras grafias, vem se inovando seja nas composições em português ou em japonês denominadas haiku. A mesa reúne acadêmicos e não acadêmicos de diversas localidades e instituições, os quais se debruçam na criação poética, no estudo e pesquisa, na tradução, no ensino e divulgação desses poemas com raízes japonesas. Muitos deles, atuando em várias dessas atividades. Além das questões de nomenclatura, que se mostram bastante características no fenômeno nacional, serão contempladas, ainda que de modo restrito, algumas de suas manifestações no Brasil, vislumbrando um maior desenvolvimento das criações literárias em ambas as línguas e de pesquisas relacionadas a esse universo do poema dito o mais breve do mundo. 


Organizadora e mediadora: Neide Hissae Nagae (DLO – FFLCH - USP)

Doutora em Letras, PPG Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP e Mestre pelo PPG Língua, Literatura e Cultura Japonesa, é docente aposentada pela USP. Atua nas áreas de literatura japonesa e de tradução e possui publicações nessas mesmas áreas de interesse. É Líder do Grupo de Pesquisas (CNPq) “Pensamento Japonês: princípios e desdobramento”, com as Linhas de Pesquisa de “Pensamento Japonês: Visões Históricas e Comparativas” e de “Tradução Linguística e Cultural Japonês-Português”. 


“O haicai e olhares além da literatura: quantas faces ele possui?”

Resumo:

O poema haicai foi introduzido ao Brasil por duas vias distintas: uma, através defalantes lusofônicos que contactaram com esse estilo de poema de versos curtos, peculiar do Japão. O estilo conciso e pontual caiu no gosto dos brasileiros que, a seu modo, passaram a compor os “haicais”, em língua portuguesa; outra, através dos imigrantes japoneses que, na sua língua natal, passaram a compor poemas, introduzindo os elementos locais e memórias do passado. Assim, além de possuir valor literário, o haicai produzido pelos imigrantes japoneses e pelos descendentes contêm variadas informações históricas e mesmo antropológicas, servindo de fonte “primária” de pesquisa. Esta apresentação tem como objetivo apresentar identificar essas questões relativos a haicai, além do muro da produção literária, a fim de fazer uma reflexão sobre os valores intrínsecos a ele, ainda pouco explorados na academia. 

Tomoko Kimura Gaudioso 


Doutora em história, área de imigração japonesa, professora adjunta do Setor de Japonês do Instituto de Letras da UFRGS.


“Uma digressão filológica sobre o haicai” 

Resumo:

Pesquisadores às vezes se voltam para a comunidade nipo-brasileira em busca de falares arcaicos, que não acompanharam a evolução do idioma no Japão. Porém, não é no seio dos haijin imigrantes, e sim entre poetas brasileiros falantes de português, que se registra o uso arraigado de haicai, um termo obsoleto há mais de um século.  Haiku é o termo atualizado que designa a poesia curta inspirada pelos cânones definidos por mestres como Bashô, Issa e Shiki, no Japão e em quase todo o mundo. Mas a regra é quebrada justamente no Brasil, onde, paradoxalmente, tal forma poética é muito popular. Esta comunicação tentará rastrear os principais pontos do percurso da palavra haicai ao longo da história, procurando entender a tenacidade de seu uso no Brasil. 

Edson Iura

Editor do Caqui – Revista Brasileira de Haicai, primeiro sítio da internet dedicado exclusivamente ao haicai em língua portuguesa, fundado em 1996. Seleciona haicais para publicação no Jornal Nippon Já e na Revista Brasil Nikkei Bungaku. É membro da Comissão de Atividades Literárias da Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social. É autor do livro ‘Cesto de Caquis – Notas sobre Haicai’” – Telucazu Edições – 2021. 


"O Grêmio Haicai Ipê e a disseminação do haikai no Brasil".

Resumo:

O Grêmio Haicai Ipê é um grupo de estudo e prática do gênero poético haikai, escrito em língua portuguesa. Sediado na cidade de São Paulo, o grupo foi fundado por Hidekazu Masuda (1911-2008) e outros,  e completou em 2017, 30 anos de produção e atuação ininterruptas. Atualmente o grupo é coordenado pela haikaísta e Profa. Teruko Oda (1945 - ). A apresentação tem como objetivo narrar brevemente a trajetória do Grêmio Haicai Ipê e discorrer sobre a disseminação do haikai em diferentes estados brasileiros através das atividades desenvolvidas pelo grupo. Inédita no Brasil, a pesquisa traz dados surpreendentes sobre os caminhos do haikai no âmbito da Educação. 

Débora Tavares


Educadora e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa. Poeta, autora do livro "Nanquim" (Ed. Escrituras, 2011) Prêmio Bunkyo de Literatura 2012. Pesquisadora e poeta de haikai. Membro da Brazilian Haiku Association de Tóquio. Tem publicações sobre suas pesquisas com o haikai no Brasil e no Japão - Universidade de Kanagawa e vem realizando diversas Oficinas de Haicai, presenciais e online. 


“Guilherme de Almeida: interação do poeta brasileiro com os haicaistas japoneses” 

Resumo:

 Guilherme de Almeida cita nos seus artigos que participou, antes de publicar "Os meus haikais", em fevereiro de 1937, de um encontro de haicaístas japoneses em São Paulo, levado pelo diplomata japonês Ichige. O presente trabalho faz um estudo sobre esse encontro com base nos artigos de jornais japoneses publicados na época em São Paulo, como Nippaku Shinbun e Seishu Shinpo.

Eunice Tomomi Suenaga


Graduada pela Habilitação em Língua e Literatura Japonesa da FFLCH, USP. É Mestre e Doutora em Literatura Clássica Japonesa pela Graduate School of Arts and Sciences, Universidade de Tóquio. Foi professora em tempo parcial da  Tokyo Institute of Technology e atualmente é professora da Aichi Prefectural University. Pesquisadora de haicai do Brasil. Traduziu O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação, Homens sem mulheres, Romancista como vocação e Pássaro de corda, todos de Haruki Murakami.


“Minha pequena experiência com Haiku, e o espaço de Haiku para crianças e estudantes de língua japonesa”

 
Resumo:

Meu encontro com as associações de haiku (俳句会); o que se pode expressar e transmitir com o poema haiku e a importância de elementos como kireji  na composição de haiku, serão alguns dos aspectos a serem compartilhados, além de uma apresentação sobre a “Capivara Haiku-kai”. 

Nobuyuki Miyagawa


Editor da Seção de Língua Japonesa da Revista Brasil Nikkei Bungaku, ブラジル日系文学, é membro da Comissão de Biblioteca da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – BUNKYO. 


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“As sendas dos Haiku e Haikai da Comunidade Yuba: passado, presente e futuro”

Resumo:

O propósito desta socialização é apresentar ao público acadêmico e apreciadores do gênero poético japonês Haiku e Haikai uma breve retrospectiva histórica-temporal do itinerário percorrido pelos haikuístas da Comunidade Yuba – também chamada carinhosamente de Yama. A Fazenda Yuba localizada no Bairro da 1ª Aliança pertence ao município de Mirandópolis/SP, a 600 Km de São Paulo/SP, que mantém, entre seus traços culturais, a permanência do haiku. Fundada por Isamu Yuba no ano de 1935, neste ano completou 87 anos de (re)existência. Desde 1945, a criação do tanka e do haiku foi e continua sendo valorizada e incentivada, assim como outras formas de artes: música clássica e japonesa (coral), balé, teatro, esculturas, narrativas, pinturas, confecção de roupas e culinária. 

Michela Mitiko Kato Meneses de Souza


Com mais de uma década de convívio, amizade e pesquisa junto da Comunidade Yuba e do Coletivo Yuba Kukai, é graduada em Letras - Habilitações em Língua Portuguesa/ Língua Inglesa/Língua Espanhola e Respectivas Literaturas pelas Faculdades Integradas de Paranaíba - FIPAR (2007/2008). Especialista em Educação -Docência para o Ensino Superior- pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS/ Unidade de Paranaíba (2008/2009). Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras/CPTL/UFMS (2010/2012), na área de concentração em Estudos Literários. Professora Efetiva do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, em Regime DE, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul- IFMS/ Campus Três Lagoas (2015). Atualmente, doutoramento em andamento no Programa de Pós-Graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho- UNESP/IBILCE-Campus de São José do Rio Preto-SP (Ingresso em 2019).



Cácio José Ferreira 


Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e doutor em Literatura (UnB), possui Graduação em Língua e Literatura Portuguesa e Japonesa pela Universidade de Brasília e Especialização em Linguística Aplicada (2008), Mestrado em Literatura - UnB - (2010). Foi Diretor da Faculdade de Letras (2020-2021) e Coordenador pedagógico geral na UFAM da Rede ANDIFES IsF. Atualmente, é Coordenador do curso de Letras e  líder do grupo de pesquisa CNPq Estudos de haicai: lirismo, haicaístas e campo literário. 


Cacio Jose Ferreira


Programa:

  • 19h30-19h40 – Neide (Apresentação)
  • 19h40-1955h – Tomoko Kimura Gaudioso (Professora do Instituto de Letras - UFRGS) – “O haicai e olhares além da literatura: quantas faces ele possui?”  [remoto]
  • 19h55h-20h10 – Edson Iura (Editor do Caqui -  Revista Brasileira de Haicai)  –  “Uma digressão filológica sobre o haicai” 
  • 20h10- 20h25 – Débora Fernandes Tavares (Mestre PPGLLCJ-USP, Poeta e Professora de Português e Inglês) – "O Grêmio Haicai Ipê e a disseminação do haikai no Brasil".
  • 20h25-20h40 – Eunice Tomomi Suenaga (Professora da Aichi Prefectural University – Japão e tradutora japonês-português) “Guilherme de Almeida: interação do poeta brasileiro com os haicastas japoneses”.
  • 20h40-20h55 – Discussão 
  • 21h55-21h05 - Intervalo
  • 21h05-21h10 – Neide (Apresentação)
  • 21h10-21h30 – Nobuyuki Miyagawa (Editor da Seção de Língua Japonesa da Revista Brasil Nikkei Bungaku) - “Minha pequena experiência com Haiku, e o espaço de Haiku para crianças e estudantes de língua japonesa”.
  • 21h30- 21h50 – Michela Mitiko Kato Meneses de Souza (Doutoranda do PPG Letras (UNESP/IBILCE-São José do Rio Preto) - “As sendas dos Haiku e Haikai da Comunidade Yuba: passado, presente e futuro”.
  • 21h50 – 22h10 - Cácio José Ferreira (Professor da FLET - UFAM) – “Haicai no Amazonas: a natureza singular em duas vias” [remoto]
  • 22h10– 22h25 –  Discussão
  • 22h25-22h30 - Encerramento